Recebemos, diariamente, através da imprensa, notícias que nos entristecem, relacionadas todas elas com a caminhada atrapalhada do nosso querido Brasil, impostas por seus maus filhos. E ficamos a perguntar com certa angústia se tem jeito o nosso amado País. Jamais a palavra “corrupção” foi tão falada, tão amplamente divulgada como atualmente, praticada por quem não deveria fazê-lo. Para vocês terem uma idéia li nos jornais que 46% dos prefeitos candidatos a reeleição estão sendo processados pelos Tribunais de Contas de suas cidades, por improbidade administrativa. E o pior, é que uma grande parte desses “sabidos”, para não dizer safados, estão com grande chances de vitória. Aí cria-se no povo brasileiro a sensação de desesperança. Sofre o jovem universitário que olha para a frente e não vê perspectivas em sua vida em um país sem rumo; sofre o rústico e obscuro lavrador que, ao lavrar a terra, por um dever de honra e de cidadania, está assegurando a si e a seus filhos o direito de sobrevivência; sofre o professor universitário que, com minguados salários, dando tudo de si para mostrar a juventude do nosso país o bom sentido da vida, não é reconhecido. E o mais clamoroso de tudo isso é que, na vida pública dos nossos dias, os exemplos de falsa cidadania vêm do alto, dos pseudo democratas, sempre ausentes na defesa dos direitos do cidadão comum. O país aflige-se então ao ver essa luta entre o Bem e o Mal perturbando a paz e o progresso de nossa Nação. E assim o povo começa a perder a esperança de ser feliz. Agora, em recente pesquisa, 37% dos brasileiros responderam que desejam o retorno ao regime militar. Essa resposta representa a angústia, a desesperança. Todo mundo tem direito a ser feliz, porém, quando essa felicidade não consegue ser atingida por culpa de alguém, o ser humano procura mudar de rumo.
Segundo Leonardo Boff o ser humano é constituído por vários centros energéticos que conferem dinâmica à vida: o desejo, o instinto de sobrevivência, o amor e a esperança, entendida essa última não apenas como uma virtude, mas também como um fator gerador de muitas virtudes. A esperança é a energia básica que dinamiza todas as demais.
Atualmente no Brasil, entre as muitas situações de desesperança duas se destacam sobremaneira: a miséria social e as perspectivas de futuro para os jovens em meio a tantos desencontros. Os dados estatísticos mostram índices alarmantes de mortalidade infantil, inclusive em nossa Alagoas; 30 milhões de crianças vivem abandonadas e outros 30 vivendo do lixo, e seus pais convivendo com o desespero porque não sabem o que vão comer, onde vão morar ou como será o amanhã.
As crises sociais e a decadência dos povos sempre vêm precedidas pela corrupção e pela falência das classes dominantes que criam situações privilegiadas em benefício próprio, afastando-se dos seus deveres cívicos, de suas responsabilidades perante as suas comunidades, instalando pelo seu egoísmo a desagregação social.
Hoje o que se vê no mundo contemporâneo é que pouco, muito pouco se aprendeu da história e muito pouco se recolheu do imenso sacrifício de homens que implantaram suas idéias, idéias essas que se perderam no tempo e ficaram no esquecimento.
Não vamos perder a esperança. No meio de tanta confusão, de tantos atos errados que nos afrontam e agridem a dignidade do povo brasileiro, só nos resta apelar para o grande Senhor em oração dizendo: Ó Mestre, dai-nos a esperança para prosseguirmos em nossa caminhada e que possamos no meio do nosso pesadelo escutarmos o grito daquele que sofre ao nosso lado e poder consolá-lo com a Sua paz.
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
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