sexta-feira, 23 de novembro de 2007

A GUERRA NA MENTE INFANTIL

Todos nós assistimos há poucos dias pela televisão uma cena que nos chocou bastante: uma criancinha de apenas 4 anos, um menino inocente, instigado pelos pais a ter ódio aos palestinos. Ele estava no lado de Israel e com passos vacilantes, andando em um terreno pedregoso, atirava pedras por cima de uma cerca de tela. Porém, o que mais nos impressionou foi o protesto daquele menino que, com uma arma de brinquedo na mão dizia em árabe traduzido pelo locutor da televisão; “eu não quero matar ninguém”, repetidas vezes.

Se nós ficamos impressionados com aquela cena, imaginem qual a repercussão que ela não produziu na mente daquela criança! Pobre criança! Quanto ódio. Quanta dor. Quanto sofrimento que ficou impregnado naquela mente! Há alguns anos uma revista brasileira publicou uma fotografia de uma criança apavorada, com os olhos esbugalhados, a roupa em trapos e a pele toda queimada, correndo por uma estrada no Vietnã do Sul, após a explosão de uma bomba. Essa fotografia por sinal, tirou o primeiro lugar no mundo inteiro pelo instantâneo do momento. Não há definição para essas cenas que assistimos na televisão desses conflitos cheios de ódio. Em que mundo estamos no qual até as crianças pagam pelo egoísmo dos adultos, pelo ódio, pelos interesses econômicos, pela desunião.

Imaginem aquela criança, como milhares de outras, órfãs da guerra, atarantadas pelo metralhar das armas poderosas, angustiadas por uma vida sem paz. Nosso filhos e netos com um simples ronco dos trovões, correm para nossas camas e se sentem seguros e a criança numa situação de horror sem o pai e a mãe que o proteja vive num pesadelo.

Imaginando bem, pela lógica, nenhuma criança deveria sofrer. Brincar, caçar ninho de passarinho, correr livremente nas margens do rio e do mar. Sorrir sempre. Uma criança não deveria ter tristeza. Não deveria passar fome nem ser atacada pelo câncer. Não deveria ser surrada, nem deixar de ganhar presentes na noite de Natal. Não deveria ser órfã nem ter seus pais separados. Então o mundo seria mais feliz. Mas é a vida. São os eternos mistérios que a vida não sabe explicar. Os sonhos de paz no mundo estão cada vez mais distantes e as crianças sofrem profundamente convivendo em meio a esses conflitos de ódio e desunião. O ódio é a mais destruidora de todas as emoções. Pode prejudicar a pessoa odiada mas, freqüentemente, destrói aquela que odeia. No momento em que alguém passa a odiar o outro passa a ser escravo dele. É o que acontece com os judeus, palestinos e pessoas de outras regiões do mundo. Eles não têm tempo para ter paz em seu trabalho diário porque o ódio preenche os seus pensamentos.
A vida do ser humano, tanto social como pessoal é movida por duas forças antagônicas – o amor e o ódio.

Vamos esperar que haja a paz no mundo para que as crianças possam crescer com um conceito de felicidade. É impossível uma criança conviver com dramas tão intensos e ser um adulto plenamente realizado. O sonho da paz é um anseio universal. Segundo o Papa João XXIII “a paz sobre a terra pela qual têm ansiados os homens de todos os tempos não pode ser fundada e assegurada senão quando a ordem estabelecida por Deus for, conscienciosamente respeitada”. A paz portanto é a tranqüilidade da ordem.

Graças a Deus nesse aspecto nós vivemos num país onde existe a paz. Lembremo-nos de nossas crianças que sofrem aqui por outros martírios como a pobreza, a desagregação social, o desamparo e a falta de instrução. Que elas cresçam em busca de um ideal e em direção de uma mesma estrela, tendo sempre um sentido de vida nessa caminhada terrena.

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