segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

OS MUTILADOS DO TRANSITO

Em recente encontro médico realizado na cidade de Goiânia, fiquei impressionado com a exposição de um colega do Hospital das Clinicas de São Paulo, mostrando a quantidade de jovens mutilados por acidentes de motos e automóveis, que diariamente chega aquele hospital. Nos mostrou, numa grande sala de recuperação, jovens entre 18 e 24 anos com pernas e mãos amputadas, lesões de medula, fraturas de crânio, etc.. Pareciam mais recuperados de uma guerra, de um grande bombardeio.

Tudo resultado de momentos de irresponsabilidade, de imaturidade e alcoolismo. Quantas vidas preciosas bruscamente freadas! No final deste encontro a conclusão foi de entristecer: a situação tende a piorar. Por que, perguntarão vocês? Porque o numero de automóveis aumenta todos os anos, assim como o volume de desajustados, de drogados e de inabilitados para dirigir. O Brasil é um país em que não há leis que possam punir severamente os irresponsáveis do transito. Salve-se quem puder. Todo esse panorama concorre para aumentar todos os dias a grande legião dos que choram pelos filhos que morrem ou que ficam mutilados.

Existem atualmente em nosso País 500 mil alcoólatras registrados em instituições, conforme dados fornecidos pela Comissão Nacional de Fiscalização de Entorpecentes. Desses, 50% possuem automóvel e dirigem normalmente.

De que modo cada um pode concorrer para melhorar tal situação? Tendo a consciência da responsabilidade ao montar numa moto ou dirigir um carro. Precisamos humanizar as cidades, as pessoas, a medicina e a saúde. Essas pessoas uma vez hospitalizadas, custam caríssimo aos cofres da Previdência e a família, porque são tratadas durante longo tempo por um conjunto de especialistas que vai do cirurgião ao psicólogo. Vamos humanizar nossas vidas; é a única solução. E isso não é fácil no mundo de hoje. Porém vamos tentar sempre, do contrário seremos atropelados em cada esquina. Requer que se veja no próximo um companheiro e não um inimigo. Requer que a solidariedade seja construída na consideração e no apreço. Tudo se apreende na vida, menos a viver. Vamos crescendo, olhando uns para os outros, aprendendo uns com os outros e cometendo erros sobre erros. Com a ajuda de todos aqueles que têm partículas de poder, clubes de serviços, imprensa, vamos também conscientizar os adolescente, os adulto, os alcoólatras que a vida é bela e merece ser vivida em toda sua plenitude.

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